A primeira coisa que vem à cabeça quando se pensa em construir um imóvel é o desenvolvimento da planta baixa, mas se eu já sei como desejo a disposição de ambientes do meu imóvel, eu mesmo posso desenhá-la?
Poder pode, contudo não é o mais recomendável! Existem diversas variáveis que podem afetar muito o projeto do seu imóvel, tanto em questões de harmonia e conforto, quanto em questões relacionadas à acessibilidade, usabilidade e iluminação.
Há uma enorme possibilidade de se cometer erros pelos quais você não conheça e, na maioria das vezes, pode até acreditar estar fazendo a coisa certa. Contudo, a planta de um imóvel precisa obedecer a critérios definidos em lei, de acordo com o Código de Obras de cada município.
Fatores como os recuos necessários, dimensões mínimas dos cômodos e corredores, espessura das paredes, disposição de ambientes no segundo piso, entre outros, farão da sua planta um projeto não regularizado, acarretando, além de uma enorme dor de cabeça, posteriores multas e desperdícios.
Erros comuns na hora de projetar
Não está convencido? Confira alguns dos erros frequentemente encontrados:
Ausência de planejamento: Assim como tudo hoje em dia, um bom projeto requer um bom planejamento. Além do tempo gasto, é necessário prever uma localização adequada, dimensões ideais para o objetivo final do projeto, incluindo as instalações necessárias, iluminação, revestimentos e pintura.
Dispensar conforto térmico: Um erro frequente é projetar o imóvel esquecendo- se de analisar o clima local da construção, não levando em consideração materiais que mantenham o ambiente em temperatura confortável. Outro fator que deixa a desejar são as possibilidades de instalação de aquecedores ou ar condicionados pensando na vedação do local ou ventilação, de acordo com a necessidade.
Ausência de pontos de iluminação: Há regras e tabelas as quais devem ser seguidas para que seja prevista a quantidade mínima de pontos de iluminação, evitando, assim, projetos que contenham áreas escuras ou mal iluminadas.
Projetos que não compatibilizam: Na construção de um imóvel, além do Arquitetônico, existem diversos outros projetos como Estrutural e Hidráulico por exemplo, os quais precisam “conversar” entre si. Esquecer-se desse fator pode gerar inúmeras incompatibilidades serão encontradas somente durante a obra, se despercebidas, que implicarão, consequentemente, maiores despesas.
Níveis e caimento de piso: É essencial identificar na planta baixa do imóvel a ser construído os níveis do piso de cada ambiente. Áreas como lavanderias, banheiros e quintais precisam estar mais baixo do que o nível de referência, permitindo, assim, que a água escorra em direção aos ralos, além de evitar que as áreas como quartos e sala sejam o foco do escoamento.
Não analisar os materiais a serem utilizados: Durante a projeção de um imóvel é possível prever e calcular os materiais de cada canto do projeto. Profissionais experientes sabem onde economizar e, assim, evitar futuros desperdícios.
Deixar de lado a posição do sol: Outro fator muito importante a ser considerado é o sentido em que o Sol nasce e se põe. Varandas, quintais, áreas de serviço, por exemplo, precisam sempre estar no espaço mais iluminado do imóvel, afinal, ninguém quer ter que esperar horas para que a roupa seque no varal, ou ter uma piscina que está sempre na sombra. Além disso, considerar a incidência dos raios de acordo com o terreno na hora de projetar evita a construção de um local muito quente ou muito frio.
É exatamente devido a esses fatores que existem os profissionais especializados nesse tipo de serviço, como arquitetos e engenheiros civis, já que passam anos estudando diferentes tipos de projetos. Segue, então, mais um erro da lista.
Dispensar o auxilio de um profissional na área: Na hora de construir ou reformar, além da visualização do futuro imóvel, um projeto criado deve significar detalhamento da estrutura e construção, normas técnicas vigentes respeitadas e despesas desnecessárias previstas. Iniciar a obra sem o apoio de um profissional experiente pode gerar falhas muito graves e uma série de conturbações, deixando o imóvel vulnerável à manutenção constante em curto prazo, gastos excessivos e multas de entidades como o CREA, CAU e prefeitura.